Linguagem: um olhar antropológico sobre teorias universalistas

Autores

  • Elisa Munhoz Cazorla Universidade Estadual de Maringá
  • Eliane Sebeika Rapchan Universidade Estadual de Maringá

Resumo

A ausência ou presença da linguagem é parâmetro constante nos em debates que buscam conceituar ou delimitar a humanidade como o indicador de uma suposta separação entre humanos e não-humanos. Apresentaremos aqui uma síntese da análise histórico-epstemológica da construção do pensamento moderno dual criticado e discutido tanto por Ingold quanto por Latour. Tal crítica constitui-se no pilar central adotado para a elaboração de parâmetros de análise, sob uma perspectiva antropológica, dos resultados publicados pelos pesquisadores dedicados aos estudos sobre comunicação e linguagem entre humanos e chimpanzés em laboratório no período entre 1990 e 2012 que corresponde ao projeto de pesquisa Linguagem: um olhar antropológico sobre teorias universalistas. A crítica à dualidade é fundamento de uma certa epistemologia que informa uma concepção de conhecimento e, portanto, articula teoria e método. A proposta desse trabalho é traçar uma reflexão que contemple as ideias de Ingold e Latour, a partir da história da antropologia, em relação aos debates com as biociências e os vários desdobramentos das relações entre natureza e cultura. Nosso interesse não é buscar uma verdade absoluta sobre o que separa os seres humanos dos seres não humanos. Propomos um exercício de reflexão sobre os resultados obtidos através das pesquisas sobre linguagem e comunicação em relação a chimpanzés que vivem em laboratório com a finalidade de produzir um conhecimento que contribua com as ciências sociais, e com a antropologia em particular, em relação à revolução, em curso, relativa à definição do que é humano.

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Publicado

2014-08-25