O tempo é outro: notas sobre a experiência do uso de aparelhos de oxigênio

Autores

  • Raysa Micaelle dos Santos Martins Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília e professora substituta na Universidade Federal de Alagoas.

Resumo

Este trabalho é fruto de uma pesquisa produzida entre pessoas biomedicamente diagnosticadas com Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC), que se encontravam submetidas ao tratamento de oxigenoterapia, isto é, utilizavam cilindros de oxigênio para auxiliar seu movimento de respiração. O intuito deste trabalho é evidenciar como a concepção de tempo, informada pela noção de espaço, parecia ganhar novas nuances no cotidiano destas pessoas. A vida passava a ser permeada por diversos cálculos envolvendo, principalmente, dois elementos: o oxigênio disponibilizado pelos equipamentos de oxigênio e o oxigênio presente no meio ambiente. Esta dimensão do cálculo favorecia o desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos aprofundados a partir da relação com a doença. Esta expertise construída perpassava a experiência de adoecimento, a vinculação à máquina e a necessidade de inventar novas formas de sobreviver, dimensão especialmente destacada em suas narrativas.

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Publicado

2015-05-12